NA MESA COM PECADORES!
Quando alguém “aceita Jesus” numa igreja evangélica uma das primeiras coisas que acontece é que os seus amigos se tornam pecadores e ele “santo”. Ora, tal rótulo pressupõe uma separação, pois santo e pecador não podem andar juntos.
Isso acontece por dois motivos, pela igreja quando usando o salmo 1º para afirmar tal impossibilidade diz que se assentar na mesa dos escarnecedores não é digno da presença de um “santo” por que não edifica ou a própria pessoa se julga “salva” e não mais freqüenta a mesa dos pecadores e nem mesmo a casa deles.
Ora, eu fui um destes, ao “aceitar Jesus” todas as amizades antigas foram deixadas para andar no meio dos “santos”, ou seja, a comunidade da igreja fica sendo o grupo de amizades do “novo convertido”. O engraçado é que depois de um tempo ele é preparado para voltar aos amigos, mas agora já “forte” e com um único propósito: evangelizá-lo.
Depois de algum tempo sem rever meus amigos de infância e juventude voltei a vê-los em um bate-bola, coisa que fazíamos muito quando criança e depois sentamos numa mesa de bar, rimos com os lances do “racha”, lembramos muita molecagem e bebemos uma cerveja bem gelada.
Na mesa dos pecadores pode se assentar quem quiser e esse não será julgado, visto que ninguém se julga melhor do que o outro. Coisa que não acontece na mesa dos “santos”, pois se acontece algum deslize nessa mesa logo atrai os olhares e falas dos “irmãos”.
Se assentar com pecadores é bom pra alma, pois entre eles há aceitação. Eu não sou um santo no sentido moral que a palavra ganhou!
Hoje, depois de me assentar com os pecadores e compartilhar daquela mesa provei das mesmas acusações das quais Jesus provou! E aí a mesma resposta dou aos meus acusadores: Os sãos não precisam de remédio e sim os doentes! Inclusive eu, o mais doente de todos!
por Airton Junior
