segunda-feira, 5 de novembro de 2012



A MOSCA E A FORMIGUINHA = Nesta tarde, vendo as notas e as apostilas dos meus filhos Gabrielle e Felipe, me deparei com esse texto dado pela professora e que achei interessante e reflexivo por haver uma moral a ser absorvida por todos nós, resolvi compartilhar! Márcio Ricardo.

A MOSCA E A FORMIGUINHA

- Sou fidalga! - dizia a mosca à formiguinha que passava carregando uma folha de roseira. Não trabalho, pouso em todas as mesas, lambisco de todos os manjares, passeio sobre o colo das donzelas e até me sento no nariz. Que vidão regalado o meu...

A formiguinha arriou a carga, enxugou a testa e disse:

- Apesar de tudo, não invejo a sorte das moscas. São mal vistas. Ninguém as estima. Toda gente as enxota com asco. E o pior é que têm um berço degradante: nascem nas esterqueiras.

- Ora, ora! - exclamou a mosca. Viva eu quente e ria-se a gente.

- E além de imundas são cínicas continuou a formiga. Não passam dumas parasitas e parasita é sinônimo de ladrão. Já a mim todos me respeitam. Sou rica pelo meu trabalho, tenho casa própria onde nada me falta durante o rigor do mau tempo. E você? Você basta que fechem a porta da cozinha e já está sem o que comer. Não troco a minha honesta vida de operária pela vida dourada dos filantes.

- Quem desdenha quer comprar, murmurou ironicamente a mosca.

Dias depois a formiga encontrou a mosca a debater-se numa vidraça.

- Então, fidalga, que é isso? perguntou-lhe.

A prisioneira respondeu, muito aflita:

-Os donos da casa partiram de viagem e me deixaram trancada aqui. Estou morrendo de forme e já exausta de tanto me debater.

A formiga repetiu as empáfias da mosca, imitando-lhe a voz. “Sou fidalga! Pouso em todas as mesas... Passeio pelo colo das donzelas...” e lá seguiu o seu caminho, apressadinha como sempre.

Monteiro lobato

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