quarta-feira, 27 de julho de 2011

QUANDO NOS TORNARMOS EXTREMISTAS

De volta da viagem de 8 dias que fiz no interior paulista, onde revi minha mãe (Jundiaí) e irmãs (Itupeva e Indaiatuba), conheci gente nova, participei de cavalgada, de um futebol-churrasco, de pescaria, de cultos em igrejas, caminhei por lugares desconhecidos, enfim, edificante demais por ter um tempo para me livrar do dia a dia complicado da cidade e ter mais contato com Deus e as coisas que Ele criou.
Algumas coisas aconteceram nestes dias e uma delas, tem haver com os homossexuais, onde de repente, vejo as pessoas, tanto homossexuais como heterosexuais brigarem por causas que, no meu pensar são estúpidas, pois tudo não passa de ato político e preconceituoso, e não importa de que lado estejam, o sentimento de querer ser mais que o outro torna seres humanos em bichos como que defendendo o seu animal abatido para alimento.
Sabe, quem é da minha época (tenho 43 anos), deve se lembrar que sempre existiram os homossexuais, sejam de maneira mais liberal, seja de maneira mais "secreta", e com certeza, todos já ouviram músicas de "gays", ou já tiveram amigos "gays" e quando jovens, nunca se importaram com isso.
Ora, não venha me dizer que as músicas dos anos 80 não foram as melhores de todos os tempos, e que você não sabia que os maiores cantores desta época eram gays ou ativistas gays!
Quem não se lembra de Culture Club (Boy George), The Smiths (Morrissey), Eurithmics, George Michael, ou pros mais antigos o Village Peoples e a Glória Gaynor? Quem não se lembra que essas músicas eram cantadas por TODAS AS PESSOAS, tanto no Brasil quanto fora? Quem queria saber se o cantor era gay ou era um ativista gay? Curtiasse a música, a banda e a balada.
Ora, eu tive um amigo gay na faculdade, em 1999, que era mais homem que muitos heteros da mesma faculdade, que se achavam o máximo, mas eram inescrupulosos, mentirosos, roubadores, adúlteros, mesquinhos, mas esse meu amigo era educado, brincalhão, atencioso, um cara legal.
Tinha um namorado, mas era discreto, não tinha aquela "viadagem" pra mostrar que era gay, e se comportava como um ser humano inteligente e capaz, que reamente era. Quando acabou o seu namoro, caiu em depressão e precisando de ajuda teve os chamados "amigos machos" o desprezo e as piadas, tanto que ele pensou em suicídio, e isso teria acontecido se bem no dia, e eu sem saber disso, o convidei pra gente tomar uma "breja" e conversar um pouco.
Esse momento de descontração pra mim e de desabafo pra ele, foi muito importante pra nós dois, pois nos tornamos ainda mais amigos, ele falou e desistiu do suicídio, e apesar de não ve-lo há alguns anos, é um dos maiores amigos que eu tive.
Agora eu entendo por que Jesus disse que deveríamos ser como uma criança, pois uma criança não julga, não critica, não faz distinção, e na sua inocência, apenas ama, e quando briga por algum brinquedo, é capaz de repensar tudo em fração de minutos e devolver o brinquedo para a outra criança. COMO É BOM SER CRIANÇA!
Mas infelizmente crescemos, e aprendemos com os loucos a sermos loucos também, a julgar, a isolar, a questionar, a segregar, a roubar, a matar, a dizer quem serve e quem não serve para viver ao nosso lado, a achar que somos melhores que todos: o homossexual, o pobre, o espírita, o católico, o macumbeiro, o evangélico, a prostituta, o gordo, o magrelo, o baixinho careca, a feiosa e chata e por que não, até melhor que Deus? Sim, afinal se Deus se reconciliou com todos os humanos, não mais olhando para as suas transgressões, está lá na Bíblia, 1 Coríntios 5.11-21, então, todos podemos fazer o que bem entendemos e tudo bem, certo? Errado! Tudo posso, mas nem tudo nos convém, para não sermos escravizados!
Não sou a favor da causa extremista gay, mas sou a favor de que são vidas e devem ser amadas, assim como não sou hipócrita como os heteros, que se unem a uma mulher mas deseja a todas as outras que vê no dia a dia, e assim é também entre as mulheres. Eu vejo a todos, homos e heteros como vidas, e aí sim a Bíblia diz que devemos amar a todos, e vê-los como a imagem e semelhança do Senhor! Quando olhamos para as vidas como o coração de uma criança, conseguimos deixar de lado todos os preconceitos e passamos a viver melhor e em comunhão.
Tenho amigos gays, homens e mulheres, jovens e velhos, mas todas as minhas amizades tem um compromisso com as vidas, não com os rótulos que a sociedade impõem.
AMEMOS, POIS O JULGAMENTO É DE DEUS E NÃO NOSSO!

Márcio Fidélis