sábado, 12 de abril de 2014

PRÁTICA MISSIONAL

 

Desde meus primeiros passos no Evangelho eu senti a dificuldade que era ser cristão e ser quem eu sou ao mesmo tempo.

Queria e me esforçava para viver tudo o que a Bíblia dizia, havia colocado um propósito em minha vida de viver todas as verdades bíblicas, não importasse o custo que isso viesse a ter.
Desde lá tenho me esforçado para, um passo de cada vez, colocá-la em prática em minha vida.

No processo de conversão abandonei as práticas pecaminosas conforme o Senhor me fortalecia e assumia áreas em minha vida. A cada vez que me rendia e me entregava a Ele, Ele ia assumindo as áreas e tomando o controle pouco a pouco.
Como eu sempre fui uma pessoa que gosta de se aprofundar em todo e qualquer assunto em que se meta, comecei a me envolver com os assuntos de Deus e buscava sempre dar mais de mim a Ele, eu sempre quis viver os dons do Espírito Santo e sempre quis estar envolvido mais e mais com a obra Dele, o que me instigava a novas entregas, novas buscas e buscar maiores níveis de comunhão.
Eu sabia que esse processo demoraria anos para amadurecer, então não queria perder tempo, e a cada dia era um novo dia de busca.

Como resultado disso, a cada perído de tempo, eu tinha testemunhos e histórias pra contar, e a presença de Deus se tornava algo cada vez mais identificável para os que conviviam comigo.
E alguns de meus parentes e amigos mais próximos foram se convertendo.
Pouco a pouco, fui tomando conhecimento de meu chamado missionário. Motivado pela força como o Senhor me abençoou profissionalmente, me possibilitando conhecer vários estados do Brasil e outros países, e entendendo o porquê de eu me interessar tanto por conhecer e entender outras culturas, comecei a valorizar isso tudo do ponto de vista missiológico, buscando a cada oportunidade utilizar essas observações para levar a Palavra para pessoas de diferentes realidades.

Com o tempo, eu percebi que diversas pessoas permaneciam não alcançadas ao meu redor, e num determinado momento parei para analisar a minha vida e quanto eu havia deixado de lado a prática das coisas que gosto tanto de praticar, e dos meus momentos tão esperados de lazer que estavam a cada ano mais raros.
Em um momento de estresse muito intenso fui parar no hospital e o médico me perguntou sobre quando foi o último momento de descanso e lazer de dois dias que eu havia tido, e não pude me lembrar nos últimos meses.
Eu nunca pude negar quem eu era, os meus gostos de esporte e lazer não mudaram no processo de conversão, mas minha prioridades de tempo haviam deixado de lado o que me relaxa e me deixava feliz.
Sempre fiquei muito feliz em fazer a obra de Deus e ver os frutos, mas quando o ativismo tomava as rédeas, o prazer e a alegria cediam lugar ao cansaço e a frustração.

E algo que sempre me intrigava, era como eu podia ser usado para alcançar pessoas diversas, e via pessoas tão parecidas Quando eu separava um tempo pra jogar basquete, pra andar de skate ou de car, e até me arriscar no surfe e nas caminhadas de aventura em montanhas, eu me sentia tão feliz e conseguia várias ilustrações para as pregações. E quantos eu conhecia que gostavam das mesmas coisas que não estavam sendo alcançados? Isso realmente mexia com minha mente.

Mas para quem já esteve preso no ativismo alguma vez sabe o quanto a ação vicia, e traz auto-justificação. Você se sente melhor por pensar que está se doando pela obra, privando a si mesmo de tempos e ocasiões importantes para você.
Deus não idealizou isso para nós…

Hoje me vejo como um missionário por onde ando, procuro separar meus tempos de família, convívio com amigos e lazer semanalmente, aplicando os princípios e as verdades bíblicas no dia-a-dia e despertando pessoas mais difíceis de alcançar para um evangelho prático, fora das paredes dos templos, que as ajudam a superar experiências frustrantes com o cristianismo teórico e com os falsos ministros que puderem ter no passado.

Ser um ministro missional para mim, e viver naturalmente sendo quem eu sou e encarnando o evangelho no meu cotidiano. Obrigado Deus pela prática do evangelho.

by Rogério

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