terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

SE EU TIVESSE A MENTE DE CRISTOPor Levi Bronzeado
 
Se eu tivesse a mente de Cristo ─ não choraria só por Jerusalém, Gaza e Israel. Choraria sobre as favelas do nosso Brasil onde o tráfico de drogas mata muito mais do que o conflito Israel-Palestino.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ não discutiria sobre teologia e religiões. Antes diria que a verdadeira religião pura e imaculada para com nosso Deus seria: visitar os órfãos e viúvas em suas aflições, e guardar-se isento da corrupção do mundo.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ as minhas vestimentas de obreiro seriam idênticas à da maioria das pessoas que estão ao meu redor.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ toda vez que fosse orar a Deus, eu me trancaria secretamente em um quarto, sem ter ninguém por perto.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu não amaria os primeiros lugares nas ceias, nem as primeiras cadeiras nos templos.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ não me importaria de ser chamado beberrão e comilão ao sentar à mesa com os pecadores.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu defenderia os meus discípulos do veneno dos escribas e doutores da Lei.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu ficaria do lado das prostitutas, fazendo calar os seus acusadores.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu chamaria de raposa, certos Herodes de hoje; assim como denominaria de sepulcros caiados a maioria dos que estão sentados na cadeira de Moisés.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu chamaria quem me traísse, de amigo.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu me surpreenderia com a fé dos que não são nossos.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu diria que condenação eterna seria rejeitá-Lo, e diria que vida eterna era reconhecê-Lo como Filho de Deus.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu não andaria ansioso, nem procurando sinais do fim do mundo.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu não procuraria bens terrenos, onde a traça come e o ferrugem corrói.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu diria para os que se preocupam com o vestuário: “olhai para os lírios do campo. Nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como eles”.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu diria para os fariseus de hoje: “vocês estão fechando o Reino dos Céus; nem entram, nem deixam entrar os que estão querendo”.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu denunciaria os que estão fazendo da igreja covil de ladrões.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu deixaria as minhas empresas para seguí-Lo, como fez o empresário da pesca Simão Pedro.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ não estaria profanando o lugar sagrado (púlpito) com “shows”, espetáculos, e retetês estimulantes de êxtases carnais coletivos.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ não diria vim para mandar. Diria vim para ser servo.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ eu não colocava fardos pesados sobre as ovelhas, que nem eu mesmo com a mão consigo movê-lo.

Se eu tivesse a mente de Cristo ─ tudo que eu falei até agora, ficaria gravado em meu coração e num quadro bem visível na parede interna dos templos.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

BISPO ROBINSON CAVALCANTI E ESPOSA SÃO ASSASSINADOS PELO FILHO!
Publicado originalmente no Jornal do Commercio

Um crime bárbaro chocou o bairro dos Bultrins, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Em um ataque de fúria, Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, 29 anos, assassinou a facadas seus pais, por volta das 22h de domingo (26), dentro da casa da família, nos Bultrins. Armado com uma faca peixeira, ele matou o pai, o bispo anglicano Edward Robinson de Barros Cavalcanti, 68, que morreu no local, e a mãe, a professora aposentada Miriam Nunes Machado Cotias Cavalcanti, 64.
Ela ainda foi levada ao Hospital Tricentenário, em Olinda, mas não resistiu. Após o assassinato, Eduardo tentou se matar, tomando veneno e se esfaqueando. Ele foi levado ao Hospital da Restauração e não corre risco de morte. O corpo dos pais está no Instituto de Medicina Legal (IML).
Eduardo morava nos Estados Unidos e tinha chegado há três dias. De acordo com as primeiras investigações, era usuário de drogas, já tendo tido preso por porte de drogas pela polícia norte-americana. Ele foi visto momentos antes do crime amolando a faca. Ainda não se sabe o motivo do assassinato.
Edward Robinson de Barros Cavalcanti era bispo diocesano da Igreja Episcopal Anglicana, ex-deputado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A IGREJA QUE JESUS GOSTA DE ESTAR
Por Pastor A. Lima
Que tipo de igreja Jesus gosta de estar ? Com certeza, não é a igreja do tipo “Laodicéia” (Ap.3:1-20). Mas, havia uma casa em Betânia que representa o tipo de igreja que Jesus certamente gosta de estar e ficar a vontade (Jo 12:1-3). Estou falando da casa de Marta, Maria e Lázaro.
Eles haviam preparado uma ceia para Jesus. Todas as atenções estavam voltadas para Ele, tudo estava “girando” em torno dEle. É a igreja CRISTOCÊNTRICA: nesse tipo de igreja o pastor não é a estrela, nem o ministério de louvor, nem os diáconos, nem os cantores, nem mais ninguém, só Jesus (Ap 22:16). A Igreja Cristocêntrica não é prisioneira do boletim, do relógio, de músicos, ou de qualquer outra coisa, porque o centro é Jesus (Rm 11:36), se Ele estiver satisfeito, nada mais importa. É uma igreja “tipo restaurante”, aonde “todos” vão para servir ao convidado de honra: Jesus Cristo de Nazaré. Todos vão para servi-lo com o melhor de si.
Uma igreja Cristocêntrica é cheia de pessoas “tipo Marta”, ou seja, as que metem a mão na massa, que gostam de servir, varrer, pintar, recepcionar, cozinhar, é a igreja que sente prazer em trabalhar para o Mestre. Era Marta quem se ocupava nos bastidores com a preparação do Jantar, sua essência, assim como a de Jesus, era o servir (Mc 10:45). Marta não precisava de um microfone para fazer nada, ela fazia. Marta não pregava, não cantava no ministério de louvor, não fazia coreografia, ela servia. A unção, os dons e os talentos são para servir. Na verdade, quem quer servir sempre arruma uma maneira, quem não quer, sempre arranja uma desculpa. Quem é bom em arrumar desculpas, dificilmente será bom em outra coisa.
Uma Igreja Cristocêntrica é cheia de pessoas “tipo Lázaro”, ou seja, as que atraem vidas para Jesus. Lázaro era assim: numerosa multidão ia a Betânia para vê-lo e voltava crendo em Jesus (Jo 12:9-11). Era o evangelista da família, aquele que o testemunho falava mais alto do que qualquer palavra. Ele era muito amado por Jesus (Jo 11:3). Uma igreja sem Lázaro não cresce, está enferma! Todo corpo saudável cresce. Se o que fazemos na igreja não redunda em salvação de vidas, provavelmente estamos fazendo a coisa errada. Aliás, o “ide e fazei discípulos” não é uma opção é uma ordem. Logo, se uma igreja não obedece a essa ordem, ela está em rebeldia. Observe: enquanto Lázaro estava morto, a casa de Betânia não passava de um lugar de lamento, de tristeza, o ambiente era fúnebre. Mas, quando Lázaro ressuscitou a atmosfera mudou radicalmente para melhor.
Uma Igreja Cristocêntrica é cheia de pessoas “tipo Maria”, ou seja, adoradora, contemplativa, apaixonada, enternecida. Quando Maria sentava-se aos pés de Jesus para ouvi-lo, nada lhe roubava a atenção, ela quedava-se aos pés do Mestre e esquecia-se do corre-corre do dia-a-dia. Ela, simplesmente, adorava. Que lindo! Imagine uma igreja assim: sem o entra-e-sai para beber água, para ir ao banheiro, retocar a maquiagem, atender ao telefone, sem os comentários depreciativos e carnais, sem bilhetinhos, sem distrações. Imagine pessoas do “tipo Maria”, ansiosas para derramar o bálsamo de nardo puro nos pés de Jesus. Pessoas entregando sua melhor oferta voluntariamente, sem a necessidade de qualquer tipo de apelo ou incentivo.
Que Igreja extraordinária: Cristocêntrica, trabalhadora, evangelista, adoradora, ofertante. Nessa casa, Jesus tinha prazer em sentar à mesa para ceiar. Ele não precisava ficar batendo na porta na expectativa de quem alguém o deixasse entrar. Ele era bem vindo na “Igreja de Betânia”. Em uma igreja como essa, cheia de “Martas”, “Lázaros” e “Marias”, Judas não permanece. Ele até pode se manifestar para criticar a adoração e a oferta, mas sua vida é curta. Judas estava em Betânia, mas ele não pertencia àquela família, seus lábios demonstravam preocupação com os pobres, mas seu coração estava interessado no dinheiro. Judas era ladrão, ele metia a mão nos dízimos e nas ofertas.
A “Igreja de Betânia” não era formada por pessoas perfeitas, seus membros eram falhos como eu e você. Sabe por quê? Porque precisamos de Jesus. Por isso, enquanto estivermos aqui, devemos honrá-lo com o primeiro lugar em nossa vida, com nosso trabalho, com um bom testemunho pessoal, com adoração e com todos os “nossos” bens.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

O DEUS QUE NÃO TEM NINGUÉM NA SUA LISTA
Por Paulo Brabo 

Nesse momento entra em cena esse sujeito J. Harold Ellens, um psicólogo norte-americano que em seus livros e artigos defende essencialmente uma ideia: a de que a notícia evangelical da graça incondicional e do perdão universal dos pecados não representa apenas a única chance para a salvação espiritual da humanidade, mas a única chance para a salvação dos nossos distúrbios mentais. E que, de fato, não existe diferença entre uma coisa e outra.

Desde que a psicologia ganhou alguma reputação como disciplina e como prática seus méritos, seu vocabulário e suas ênfases tem sido apropriados (ou, alternativamente, questionados) por muitos cristãos a fim de legitimar suas próprias versões da ortodoxia. Ellens, no entanto, está a milhas de distância da banalidade de obras como Jesus, o maior psicólogo que já existiu; do ponto de vista privilegiado ao qual nos erguem as suas reflexões descortina-se um horizonte desconcertante.

Ellens talvez seja o mais articulado proponente de um movimento de interpretação que até onde sei ainda não tem nome, mas que podemos chamar interinamente de teologia da graça radical (a partir de um dos mais celebrados volumes de Ellens, Radical Grace).
Não há na verdade grande coerência de pensamento entre os proponentes dessa visão, e nem poderia haver. O que pode ser dito a respeito desses caras (e já fui visto bebendo e comendo entre eles) é que intuem antes de tudo que Deus é um sujeito muito mais gentil e desencanado do que sugerem as ortodoxias usuais. Deus não está muito interessado em saber se você fica admirando as pernas de gente do sexo errado e não controla onde você passa suas manhãs e noites de domingo; Deus não vai ficar ruborizado se você engravidar a sua noiva e não vai mandar ninguém para o inferno por acreditar na evolução, por fumar um baseado ou por beijar uma estátua. Esse Deus não tem o rabo preso com ninguém, não aceita subornos e a ninguém rejeita; não tem ilusões, por isso não se rebaixa a aplicar critérios. A característica mais predominante do seu caráter – na verdade a única característica dele a que temos acesso e a única necessária – é seu inflexível cavalheirismo. O que ele quer é que você não machuque ninguém e não se machuque; se for para você se machucar que seja em favor dos outros, mas de modo inteiramente consciente, informado e sem ilusões.

É um Deus que tem muito de hippie; suas únicas diretrizes de conduta são de fato paz e amor: ou, como se diz na linguagem do Novo Testamento, amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo (que são, evidentemente, operações idênticas e equivalentes).
Porém esse é um Deus não se ilude, e sabe que o amor precisa de uma medida, uma diretriz que o extraia do domínio dos discursos para o terreno da prática. Esse parâmetro de grandeza para o amor é a graça, a implacável inclinação divina em aceitar. E essa medida de grandeza ficou estabelecida em sua inteireza na pessoa de Jesus.

O que J. Harold Ellens vem fazendo é articular com todas as letras o que já havia sido sugerido, por exemplo, por Paul Tournier em Culpa e graça. Para Ellens, a graça – entendida como a inclinação inflexível e radical, por parte de Deus, em aceitar o ser humano como ele é – não é apenas um aspecto da salvação ou um a porta de entrada para ela. A graça é a própria salvação.
Em resumo, para Ellens a graça ou é radical (isto é, absolutamente resoluta e invariável) ou é na verdade graça nenhuma. Ela só tem poder curativo se for de fato radical, incondicional e universal: privar a graça de seu caráter incondicional seria privá-la de todo seu poder. Dito de outra forma, a graça só é realmente capaz de curar se não fizer diferença para Deus se você vai ser curado ou não. Essa fragilidade é o único mecanismo da coisa toda, e dela depende toda a sua eficácia.

O toque de uma graça radical – aquilo que Ellens chama de “uma perspectiva graciosa e incondicional de apreço positivo” – é a única solução concebível para nossos entraves, traumas, neuroses e inadequações. Essa graça implacável é o único bálsamo com o potencial de nos aplacar em regime definitivo as doenças do espírito, sendo portanto a única chance que temos de encontrar o bem-estar e de o vermos aplicado neste mundo.

Esse é o poder subversivo do perdão universal dos pecados, apregoado por João Batista e endossado por Jesus. Somente a boa nova (somente essa boa nova) é capaz de agir eficazmente na anulação do poder diabólico da culpa, raiz daquela “ansiedade destrutiva que produz em nós toda enfermidade e todo o pecado”. Quem torna-se livre da culpa torna-se livre, e ponto final.

Isso porque “uma perspectiva graciosa e incondicional de apreço positivo” implica numa aceitação radical ao ponto da mais atordoante descaracterização. A singularidade do Deus de Jesus está em que ele não vai amar você menos se você o rejeitar; não vai amá-lo menos se você o matar. Não vai deixar de aceitá-lo em caso algum. O apreço positivo que ele nutre pelo ser humano é a expressão mais destilada e invariável da pessoa e do caráter dele; o céu e o inferno não teriam como alterá-la um milímetro em qualquer direção, muito menos algo que você puder fazer. “Nada poderá nos separar do amor de Deus”, e nada é muita coisa.

Em termos teológicos, essa visão de um Deus de amor invariável cuja matriz e coroa é Jesus já foi articulada (e questionada) muitas vezes ao longo dos séculos. A tarefa que Ellens tomou sobre si foi a de estabelecer além da dúvida o caráter e o valor terapêutico dessa graça ampla, invariável e arbitrária. Porque se Deus nos ama independentemente da nossa cura, só então a cura torna-se possível – mas, pasme-se, ela então torna-se possível. Se Deus pode nos aceitar como somos, só então nos tornamos livres para mudar. Isso não quer dizer que Deus exige que mudemos; pelo contrário, o cerne e o único poder da coisa toda está em que a aceitação e o apreço divinos pelo ser humano (e o nosso uns pelos outros) devem resistir galhardamente à rejeição, ao desprezo, ao esquecimento, à distração.

Se for assim, e Ellens não demora em apontá-lo1, Dietrich Bonhoeffer estava equivocado quando condenou e chamou de “graça barata” a graça que não produz mudança de vida na pessoa tocada por ela. Chamá-la de qualquer outra coisa que não simplesmente graça, mesmo quando não há mudança de vida, seria invocar o antigo fantasma da culpa e anular qualquer poder terapêutico que a graça poderia ter. Porque, e isso Ellens procura sempre novas formas de explicar, o único poder da graça está em que sua eficácia não depende da sua eficácia. A graça se basta.

A imagem resultante é a de um Deus ao mesmo tempo muito arrebatado e muito na dele. Por um lado, trata-se de um cara apaixonado para além da breguice e da cegueira, uma divindade que decide que nada no passado ou no futuro será capaz de alterar a sua devastadora inclinação em abraçar e aceitar o ser humano. Por outro, trata-se de um Deus absolutamente maduro em termos psicológicos, seu caráter livre por completo dos traumas, ansiedades, histerias, psicoses e neuroses que caracterizam a postura e a conduta dos deuses de sempre. Sua auto-estima e seu apreço por tudo que é humano, bem como seu equilíbrio emocional, em nada dependem da sua capacidade de agradar, da realização de seus projetos e expectativas com relação aos que ama ou de sua própria capacidade em salvar o mundo. O Deus de Jesus é um amante desiludido sem jamais chegar a ser amargo, um amante resoluto sem jamais chegar a ser invasivo.

É um Deus que não se rebaixa ao proselitismo, isto é, um Deus que não quer converter ninguém para além da sacada de que nenhuma conversão é necessária (e que portanto toda mudança é possível). É um Deus sem outro critério que não o amor, que abraça o filho pródigo e espera o mesmo do filho comportado; que dá a mesma recompensa ao cara que suou o dia todo e ao folgado que só apareceu para trabalhar na hora de ir embora. Um Deus que não tem ninguém na sua lista.

Naturalmente, tudo que sabemos a respeito desse Deus cavalheiresco só pode ser intuído a partir da postura e das indicações do Jesus dos evangelhos. Há traços muito claros desse Deus no restante do Novo Testamento e indícios desconcertantes dele no Antigo, mas seríamos por completo incapazes de rastreá-los não fossem a luz e a lucidez providas diretamente pelo próprio Filho do Homem, o rabi galileu de pés empoeirados, o louco crucificado.

Como observou certa vez um perplexo Brennan Manning, Jesus é o único sujeito na conturbada história das religiões a ousar chamar Deus de Pai. E, não custa acrescentar: na conturbada história das relações freudianas, Jesus é o único sujeito a prover para seu pai e para sua relação com ele um caráter maduro e psicologicamente equilibrado.

Ellens é aparentemente culpado de reconstruir o caráter de Deus não a partir do dogmatismo das ortodoxias, mas a partir da própria pessoa de Jesus. Seu pecado é acreditar que Jesus pode ser na verdade maior – um cara ao mesmo tempo mais ambicioso e muito menos – do que tudo que a igreja chegou jamais a construir ao redor do seu nome.

Porque se a postura de Deus em relação a nós resume-se a essa atordoante “perspectiva graciosa e incondicional de apreço positivo”, se a graça é de fato tão radical quanto sugerido por Jesus, existe de fato uma esperança para as nossas mais entranhadas patologias. Em meio a nossas mesquinhezas e inadequações, e antes de darmos qualquer passo para longe delas, levanta-se a possibilidade de sermos encontrados pela cura que não buscávamos, a cura com a qual havíamos deixado de sonhar.

Afinal de contas, é esse o sentido primário da palavra grega do Novo Testamento que aprendemos a traduzir como salvação: cura. Ser salvo é ter a saúde restaurada. É por isso que nossa salvação pode representar a saúde do mundo: isso acontece quando decidimos estender ao próximo (graciosamente, porque não haveria outro motivo e outra maneira) a perspectiva graciosa e incondicional de apreço positivo que entrevemos e tocou-nos no Deus singular de Jesus.

Assim, de forma desguardada e gentil, abrem-se os portões do palácio e os loucos, os mendigos e os criminosos recebem permissão para brincar no jardim ao lado dos filhos do príncipe. Ou talvez seria mais correto dizer que são os filhos do príncipe que recebem permissão para tocar a beleza sem intermediários da vida real. Na verdade não faz diferença, e essa é a moral da história. A risada de todos torna-se a mesma debaixo do mesmo sol, e logo todos cansam das simetrias do jardim e escolhem percorrer livremente o mundo. Essa inesperada liberdade adquirida, essa descomunal integridade recuperada, já foi chamada de bem-aventurança; Ellens gosta de chamá-la simplesmente de bem-estar.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

'COMPORTADAS', GRIFES EVANGÉLICAS LUCRAM COM PÚBLICO SEGMENTADO.

Ivove Gonçalves é dona da Raje, uma das mais antigas confecções de moda evangélica em São Paulo (Foto: Anay Cury/G1)
Ivove Gonçalves é dona da Raje, uma das mais antigas confecções de moda evangélica em São Paulo

Por Anay Cury

Em meio ao competitivo mercado da moda, a confecção de Fabrício Guimarães Pais tem visto sua produção crescer cerca de 20% a cada ano. O segredo do empresário foi encontrar o público certo.

“Depois que mudamos para moda evangélica, nosso faturamento aumentou de forma considerável”, diz Pais, diretor da Kauly Moda Evangélica, instalada no Brás, tradicional centro de compras da capital paulista, e que hoje fabrica 30 mil peças por mês e lança de 100 a 200 modelos diferentes em cada coleção.

Assim como Pais, empresários do ramo de confecção têm investido cada vez mais na moda evangélica, atendendo à mulher que antes tinha de procurar em lojas não especializadas roupas que correspondessem ao estilo exigido pela maioria das igrejas: mais comportado, porém, não menos sofisticado.

“A gente conseguiu achar esse mercado, que é um mercado inovador, que muita gente procurava essa moda, mas que quase ninguém fabricava. Um pouco, acho, por medo. (…) Todo mundo tem um pouco de medo de fazer um foco só, direcionado, e a roupa não vender. No nosso caso, poderia ter dado tudo errado”, conta Pais.

Nas mãos dessas confecções brasileiras, o que poderia ser encarado como limitação se transforma em estímulo para criar peças cada vez mais modernas, sem deixar de obedecer às regras de vestimenta dos evangélicos, que, embora tenham algumas variações, dependendo da igreja, vetam calças, decotes e transparências. De acordo com os dados mais recentes do IBGE, com base no Censo de 2000, a população de evangélicos do país era de 26,18 milhões.

Outros empresários viram na necessidade da própria família uma oportunidade de negócio. Sabendo que a principal queixa das mulheres era encontrar roupas adequadas às exigências, mas com estilo, Laerte de Oliveira Tolentino entrou no ramo de moda evangélica e viu sua equipe crescer de 20 para 250 funcionários diretos e indiretos em dez anos. Dono das grifes de moda evangélica Applausos e Via Toletino, de Maringá, no interior do Paraná, o empresário agora tem planos de expandir seus negócios, melhorando seus pontos de venda, que hoje estão mais concentrados nas regiões Sul e Sudeste, e na qualidade dos produtos.

Na Raje Jeans, o carro chefe são as saias, que custam de R$ 39 a R$ 45 e recebem no tecido aplicações de muitos detalhes. “A moda evangélica não proíbe nada de acabamento que não seja escandaloso. Hoje, as moças evangélicas querem sempre estar dentro da moda. Podem estar discretas, mas com a cor da moda, por exemplo. Qualquer tipo de roupa que esteja sendo usada, que é lançado por estilista famoso, que está na mídia, pode ser usada, sem problema nenhum. Tudo é permitido desde que [ela] não esteja usando uma roupa muito curta, uma calça comprida, uma roupa sem manga e decotada”.

Na busca por estampas e cores que estarão nas lojas nas próximas estações, as equipes de estilistas das confecções viajam a feiras de moda em outros países e participam de todas as semanas de moda realizadas no Brasil.
“A gente faz uma pesquisa ampla de estamparia, de tecido para adaptar à moda evangélica. Buscamos inspiração em Fashion Week, em feiras do setor. Eu ando muito, então, vou vendo o que está acontecendo no dia a dia, nos filmes, nas músicas, até nos jornais”, disse o estilista Jonhson Cavalcanti, que traz o design de moda festa em suas experiências anteriores.

Modelo da Applausos – Via Tolentino (Divulgação)

Hoje, os três principais canais de venda das confecções evangélicas são lojas físicas, revenda e internet, cuja procura tem sido cada vez maior. “Pela internet, economizo tempo e adquiro peças que geralmente não encontro por aqui. Nem sempre os tamanhos dão certo, mas, no meu caso, sempre encontro alguém em que caiba e nunca devolvi nenhuma peça”, disse a policial civil Maria de Fátima Costa da Silva, 51 anos, de Natal (RN).

Isabel dos Santos Ramos, 35 anos, veio pela segunda vez a São Paulo para comprar roupas evangélicas e revendê-las no interior do Acre. “Compensou muito na primeira vez. Fiz um teste e agora voltei cheia de encomendas”, disse a revendedora, acompanhada da amiga Maria Aparecida Gusmão da Silva, 55 anos, que mora na capital paulista e a levou para “os melhores lugares”. “Me sinto muito mais à vontade”, diz.

Thais Cristina Barbosa, 26 anos, é de Osasco, região metropolitana de São Paulo, trabalha com moda evangélica há quatro anos e meio e revende roupas de oito marcas. No início, trabalhava sozinha. Porém, teve de pedir ajuda para o marido, para a irmã e para a cunhada. No primeiro mês em que começou a vender, tinha cinco clientes e, um ano depois, esse número já tinha subido para 180.

Do total de clientes que Thais atende hoje – ela não revelou o número – 10% não são evangélicas. E é esse filão que muitas empresas também querem atingir. “São mulheres que trabalham em banco, escritório, por exemplo, e que querem roupas bonitas, mas mais discretas, na altura do joelho.” O vestido mais barato que Thais vende, na altura do joelho, sai por R$ 180. “É muito difícil achar coisas que sejam discretas, mas de bom gosto. Eu mesmo passei por isso no início. Agora não, uso as roupas que gosto e faço até marketing”, conta.

Como as roupas costumam cobrir ombros e pernas, muitas mulheres que usam tamanhos grandes e que, independentemente de serem evangélicas ou não, não gostam de mostrar os braços, por exemplo, têm recorrido aos modelos desse tipo de moda. “Às vezes, as clientes entram aqui, se apaixonam por um vestido e só quando vão pagar é que veem que a loja é de moda evangélica”, afirmou Fabrício Pais.

Tamanho aumento da quantidade de confecções que estão sendo abertas – ainda não há dados oficiais -, muitas empresas chegam a se queixar e até começam a reduzir a produção neste início de ano. É o caso da Clara Rosa Moda Evangélica, de Cianorte, no interior do Paraná. “A procura é grande no setor, mas nós não crescemos de 2010 para 2011. Mantivemos o faturamento, porque houve um reajuste de preços, mas não crescemos”, afirma o diretor Aparecido Martins de Lima.

Riscos
Antes de abrir um negócios, por mais interessante que possa parecer, é preciso antes de tudo estudar o público alvo e desenvolver um plano de negócios, principalmente em moda, de acordo com Ivan Bismara, coordenador do curso de Moda da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).


“Segmentação é, sem dúvida, uma tendência, como vem sendo desde os anos 1980, na época em que surgiram as surf shops. O risco que se corre é quanto à administração dos negócios, saber onde você está investindo. Onde eu me comunico com meu público? Nesse caso das lojas de surf, a maioria quebrou por não ter sido bem administrada.”

Para os próximos anos, a coordenadora da pós em Comunicação da ESPM afirma que o universo infantil deverá ganhar mais atenção da moda evangélica. “Era uma coisa muito necessária [a moda evangélica]. Cresceu e vai continuar crescendo”, diz Selma.
Consumidora observa modelos de moda evangélica na região do Brás, em São Paulo (Foto: Anay Cury/G1)Consumidora observa modelos de moda evangélica na região do Brás, em São Paulo

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A CONTROVÉRSIA DA DOUTRINA DA ELEIÇÃO
Por Hermes C. Fernandes 
Muito tem sido debatido acerca da doutrina da eleição. De um lado, encontramos os calvinistas, defensores do direito que Deus tem de escolher quem quer que seja, sem ao menos consultar a vontade humana. Do outro, os arminianos, advogando o direito humano de ser consultado, e ter sua vontade respeitada, mesmo pelo seu Criador. Ambos vêm se digladiando há séculos. Afinal de contas, a Bíblia respalda tal doutrina?
Não é preciso muito conhecimento do texto sagrado para dar-se conta de que tal doutrina é amplamente difundida ali. De Gênesis à Apocalipse. Mesmo o mais ferrenho arminiano terá que admitir. Ou Deus não escolheu a Noé para construir a Arca e salvar o remanescente humano do dilúvio? Ou também não escolheu a Abraão para originar a estirpe que traria Jesus ao Mundo? E igualmente não escolheu a Davi dentre todos os seus irmãos? E por aí vai…
O problema não é a doutrina da eleição em si, mas a maneira como ela tem sido exposta e defendida.
Primeiro, a eleição jamais foi um si em si mesma, como sugerem alguns calvinistas. Mas tão-somente um meio para alcançar um fim maior. Por exemplo:
Deus escolhe a Noé para garantir a perpetuação da raça humana. Portanto, um foi escolhido para o bem de todos. Deus escolhe a Abraão para que por ele e sua descendência todas as famílias da Terra fossem abençoadas. E o que dizer de Paulo, chamado por Deus de "vaso escolhido" para fazer conhecido entre os gentios o mistério do Evangelho? Mais uma vez, um foi escolhido para o bem de todos.
Apesar disso, Israel parece não ter compreendido bem sua posição como povo escolhido para benefício de todos os povos, e arrogou para si o monopólio do sagrado. Creio que justamente nesta vala que a igreja tem caído. Em nossa pobre concepção, ser eleito é sinônimo de ser os únicos com os quais Deus Se importa, os detentores do copyright de tudo quanto é sagrado, os prediletos. Ora, a mesma Bíblia que afirma nossa eleição, também declara que Deus não faz acepção de pessoas.
Costumo usar uma analogia para tentar explicar a maneira como a igreja tem se portado quanto à doutrina da eleição. A humanidade é um navio naufragante como o Titanic. Os calvinistas, preocupados em salvar sua pele, declaram terem sido escolhidos pelo comandante da nau a ocupar os botes salva-vidas. Os arminianos, por seu turno, se amotinam reinvindicando o direito de serem salvos à despeito do que diga o comandante. Pra eles vale o “salve-se quem puder”, ou melhor, “quem quiser”. Enquanto isso, aqueles que realmente creem na eleição esboçada nas Escrituras, reúnem-se com o comandante para consertar o navio. Nem calvinismo, nem arminianismo. Eu chamaria tal postura como “reinismo”, pois os que a defendem acreditam que o Reino de Deus foi introduzido no mundo para garantir a redenção da humanidade, e a restauração de tudo quanto o pecado danificou. Dentro desta perspectiva, o último capítulo na história da redenção será o cumprimento da promessa de que “Deus seja tudo em todos” (1 Co.15:28).
Portanto, não podemos transformar a eleição numa doutrina que nutra nosso orgulho religioso, fazendo-nos acreditar que fomos preferidos, enquanto todos os demais foram preteridos por Deus. Não estou aqui defendendo que no final das contas todos serão igualmente salvos. Não vem ao caso. E sim que devemos voltar nossos esforços para alcançar a todos, ainda que alcancemos apenas a alguns. Como disse Paulo: “Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns” (1 Co. 9:22).
Qual será nossa surpresa se no final descobrirmos que muitos daqueles que se julgavam “escolhidos” estarão entre os réprobos, enquanto que outros a quem desprezávamos, reputando-os como irremediavelmente perdidos estarão entre os redimidos?
O fato de sermos escolhidos não deve fazer com que nos exerguemos como tais. Devemos manter-nos humildes, e sempre dependentes da misericórdia divina. Postura semelhante era adotada por Paulo, o apóstolo que mais falou da preciosa doutrina da eleição:
“Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará.”Filipenses 3:10-15
Não basta sabermos o que somos, mas também como nos sentimos com relação a isso. Não façamos da eleição uma justificativa para sentir-nos superiores aos demais. Mesmo que sejamos “perfeitos”, no sentido de que nossa debilidade é suprida em Cristo, admitamo-nos perfeitamente imperfeitos. Ainda que aos olhos de Deus a obra esteja acabada, percebemo-nos em processo de acabamento. Ele nos santificou, todavia devemos buscar a santificação. Ele nos justificou, todavia devemos encarnar a justiça do Reino de Deus. Ele nos predestinou, contudo devemos perseverar até o fim. Ele nos abençoou, porém devemos buscar ser bênção na vida de todos. Nas palavras de Pedro, devemos procurar fazer cada vez mais firme a nossa vocação e eleição, porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçaremos (2 Pe. 1:10).

Na esperança de não ser mal-interpretado, ouso aqui citar Nietzsche: "Grande, no homem, é ser ele uma ponte, não um objetivo: o que pode ser amado no homem é ser ele uma passagem e um declínio. Amo aqueles que não sabem viver a não ser como quem declina, pois são os que passam.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

CRISTIANISMO NO BRASIL, A GENTE ESTÁ FAZENDO ERRADO

....enquanto isso no Egito
Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano,
E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
(Tiago 2:14-17
)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

EM MEIO A XINGAMENTOS MISSIONÁRIOS EVANGELIZAM NO CARNAVAL DE SALVADOR  
Por Pátio Gospel.

Um grupo de missionários protestantes professa há vários anos sua fé no circuito Barra-Ondina, em Salvador. Os religiosos contam com ajuda de uma igreja japonesa e ficam parados com placas nas ruas que circundam a avenida Oceânica, por onde passam os trios elétricos.

Enquanto distribuía um folheto em quadrinhos, o pregador Sergio Nissikawa, 51 anos, disse participar da pregação nestes moldes desde 2009. Morador de Feira de Santana, ele é natural do Paraná e diz que seu objetivo não é promover a Igreja Batista da qual é membro, mas apenas disseminar os ensinamentos contidos na Bíblia.“Muitas pessoas não conhecem, passam ao largo, acabarão condenadas”, afirma Nissikawa, enquanto impunha uma placa na qual se lê que “Deus julgará os imorais”.

Morador de Feira de Santana, a 107 km da capital, Agnaldo Cardoso, 46 anos, conversava com um ambulante. Ele diz que nem sempre a recepção é calorosa. “Às vezes passa alguém e manda eu tomar naquele lugar”, ele diz. Mas garante que algumas almas são salvas com o trabalho.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

UM JEITO NOVO DE SER IGREJA

Por Antônio Francisco

Pesquisas afirmam que os evangélicos no Brasil chegam a 20,2% da população, enquanto outras dizem ser de 51,1 milhões. Com esse crescimento, acredita-se que em 2020, mais da metade da população brasileira, cerca de 105 milhões de pessoas serão evangélicas. Ou seja, em apenas dez anos, a maioria dos brasileiros será protestante.

Difícil será constatar uma maioria “evangélica” que não faz diferença, sal que não salga e luz que não brilha. Daqui a pouco a maioria da população será evangélica, teremos um presidente da República evangélico, o país estará “evangelicado”, mas pouco influenciado pelo Evangelho.
Alguns dizem que a “igreja evangélica” cansou; eu diria que ela caducou. Os paradigmas eclesiásticos tradicionais têm provocado um grande êxodo no meio “evangélico”. Muitos se cansaram de profecias (profetadas) não cumpridas, bizarrices impostas por líderes déspotas, estruturas hierárquicas que mais lembram uma companhia militar que uma família de fé, lideranças que julgam e expõem impiedosamente pessoas. Tudo isso tem feito com que muitos abandonem os templos “evangélicos” e procurem maneiras alternativas de praticarem a fé. A “igreja evangélica” é o lugar mais político que existe na sociedade. Palavras como eleição, voto, quórum, assembléia, ata, maioria, convocação, chapa, mandato, diretoria, presidente, líder, mesa executiva, e outras semelhantes, são bem conhecidas por eles.
Uma palavra que resume esse êxodo é: decepção. Quem já esteve lá sabe do que estou dizendo. O que se diz não condiz com o que se vive. Paira no ar a forte sensação de insatisfação nesse meio. A institucionalização da fé foi e é a desgraça do cristianismo desde Constantino no IV século. Nem mesmo a Reforma Protestante superou esse problema. As pessoas não suportam viver debaixo de um sistema que cobra e gera culpa provocando nas pessoas o sentimento de desqualificação para agradar a Deus. No meio “evangélico” o desempenho substituiu a fé em Jesus, o descanso foi trocado pelo enfado da “consagração”. A “igreja evangélica” não aceita em sua membresia quem entrega sua vida a Jesus, a menos que a pessoa seja moral, política, legal e civilmente correta. A Bíblia e o estatuto da igreja andam juntos.
O jeito novo de ser igreja que as pessoas estão buscando, é nada mais que o jeito inicial, conforme o Evangelho de Jesus, que disse: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Eu creio que Deus está começando a desmobilizar os impérios “evangélicos”, as hierarquias eclesiásticas, e fazendo o povo entender que ser igreja é ser de Jesus, é se relacionar em amor com as pessoas sem fazer acepção de ninguém, é não depender de um local, mas apenas usar o que for conveniente, é não regular a vida das pessoas com regras e perguntas questionadoras, é não ficar refém de uma comissão que se julga falar em nome de Deus para controlar vidas incautas, é não ser chamado de ladrão por não concordar em sustentar financeiramente um sistema que não merece ser mantido. Ser igreja é ser livre para viver conforme a consciência que cada um tem do Evangelho de Jesus.
O pastor Ariovaldo Ramos disse: "O Novo Testamento começa com Deus fora do Templo, e termina com Jesus fora da Igreja". Essa frase mostra que Deus não pode ser sistematizado nem engaiolado. Quando é que a "igreja evangélica" vai acreditar que Jesus não entregou as credenciais de sua igreja para ninguém. Ele é o Senhor e o fundamento da igreja. Ele próprio é o Advogado da Igreja e não passou procuração para ninguém. A Igreja é um movimento livre na história.

Ninguém detém o poder sobre a Igreja. O vento do Espírito sopra onde quer. Todos os que crêem em Jesus são seus discípulos. Desse modo todos são ensinados por Deus como escreveu o apóstolo João. Jesus não é "evangélico". Aliás, para ser do Evangelho, a pessoa tem que deixar de ser "evangélica". As duas coisas são bem diferentes. Há um outro Jesus, um outro evangelho, e um outro espírito que nada têm em comum com a revelação bíblica. É disso que precisamos fugir para sermos a Igreja que Jesus quer que sejamos. Não tenha medo de romper com o sistema eclesiástico vigente. Muitos já entenderam a verdade, mas continuam com medo de deixar a falsa segurança que a instituição lhes proporciona. Mas é preciso tomar uma de-cisão.
Pare de viver debaixo do tacão da religião, vivendo de desempenho e não da fé comum que de uma vez por todas foi entregue aos santos. Jesus continua batendo na porta, não a porta dos templos (prédios), mas dos corações cansados e sobrecarregados. Ele nos oferece alívio para a alma, pois o seu jugo é suave e o seu fardo é leve. Ele não esmaga a cana quebrada, nem apaga a torcida que fumega. É tempo de mudar, de romper com a religião, é tempo de viver pela fé em Jesus.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

AINDA SOU EVANGÉLICO, MAS...

Por Flanklin Rosa


Obs. – Texto em resposta aos rumores de especuladores religiosos ávidos por denegrir a imagem alheia e uma declaração para tranqüilizar amigos, irmãos e familiares que realmente se preocupam comigo e com minha familia.

Andam perguntando pra mim e sobre mim... Você ainda é evangélico?!

Minha resposta é: SIM! Mas prefiro não perder a oportunidade de elaborar...

Devo dizer de antemão, que o fato de ser evangélico vai além dos estereótipos concebidos na mentalidade de um determinado grupo específico, que se auto-intitula e usurpa de prerrogativas de legitimidade e selo de autenticação exclusiva.

Ser evangélico é antes de tudo, ter uma vida que traduza no cotidiano a verdade do Evangelho implícita e intrínseca dentro de si como resposta as demandas da vida de alguém que foi irremediavelmente seduzido pelos valores, conteúdos e a própria essência do Cristo Vivo.

Sendo assim, não sobram quaisquer possibilidades de monopolizações que são fruto da arrogância, jactância, prepotência, soberba, imbecilização (preciso ainda citar mais algum adjetivo cabível na longa lista a nossa disposição para classificar o indivíduo em questão?!) do ser que ainda não se percebeu como uma faísca em meio ao cosmos com suas infindáveis diversidades de expressões.

Devo registrar aqui também, que sou grato as boas impressões que foram agregadas a minha alma, enquanto no processo de crescimento espiritual que foi desenvolvido no movimento evangélico no qual fui despertado para a fé, mas isso não me dá o direito, e seria desonesto com minha consciência, com Deus e com aqueles que lêem o que escrevo, compactuar com os mandos e desmandos de uma liderança inescrupulosa e com a inércia e passividade reflexiva de liderados desse movimento, que a cada dia mais se afastam numa parcela significativa e consideravelmente expressiva, da proposta de simplicidade da manjedoura de Belém de Judá.

Por essas entre outras razões, é que me faço entender que: AINDA sou evangélico, mas...

Não vou e não incentivo ninguém a ir, as “PROCISSÕES PARA JESUS” importadas para o “BRASIL DE TODOS OS SANTOS” pelo casal da “ENRIQUECENDO EM CRISTO”, pois não passa de manipulação política travestida de uma falsa unidade em torno do Evangelho.

Não vou e não incentivo ninguém a ir, aos encontros anuais dos “PANTEÕES MISSIONÁRIOS” de Camboriú em Santa Catarina, pois além do corporativismo e da manipulação política, esse congresso se caracteriza como “FABRIQUETA DE POP STAR GOSPEL” que precisa de pagamento de “ALTA$ CIFRA$” por parte do pretendente a um lugarzinho no palco da fama, além das histerias promovidas com as falsas unções e falsos milagres engendrados para provocar frenesi na caravana dos espectadores da “CRENTOLÂNDIA”.

Não compro e não incentivo ninguém a comprar, cd ou dvd das “ANES”, “ETES”, “INES”, “ATOS”, “DISTANTES DO TRONO” ou de qualquer outro, que cobre cachê exorbitante e desproporcional com a vida sofrida de milhares de ovelhas que não tem direito o que comer, mas que são relegadas ao descaso por seus líderes que patrocinam as celebridades gospel, e não gastam um centavo sequer das arrecadações que entram em seus templos com as necessidades reais de suas comunidades.

Não compro e não incentivo ninguém a comprar, livros ou qualquer outro produto religioso do “PEDIR MAI$ CEDO”, “$.$. $OMARES”, “CIFRA$ MALACHEIA”, “MONEY CEROULLA$”, “MAI$ QUE MORDE DOC” entre outros, que tratam do tema prosperidade financeira, pois é uma tentativa dissimulada de “TRANSFERÊNCIA DE RIQUEZA” do seu bolso, para suas megalomanias pessoais em nome do “EUVANGELHO”.

Não entro e não incentivo ninguém a entrar, em Igrejas que se dizem evangélicas, mas que continuam com as mesmas práticas medievais de compra de indulgência através de campanhas do “MORRO TEM MAIS”, “FOGUEIRA INSANA”, que pressionam para dar o “TRÍZIMO” e as calças também, que excomungam quem corta cabelo, quem veste calça comprida, quem assiste televisão (isso ainda existe!), que os seus liderem digam com quem a pessoa deve se casar, o que comprar por que tiveram uma revelação, onde o simples fato de discordar de alguma política eclesiástica ou regulamento estatutário, é motivo para a pessoa ser rotulada de rebelde e insubmissa e tomar uma reprimenda, (SOBROU ALGUMA IGREJA AINDA?!), bem ficaria só neste parágrafo meses a fio para catalogar as discrepâncias de algumas ambiências e lideranças religiosas...

Não entro e não incentivo ninguém a entrar, em qualquer comunidade que se diga a “BOLA DA VEZ”, com a falsa promessa e expectativa de que encontraram a fórmula da evangelização e do crescimento numérico do “POVO DE DEUS”, que priorizam os números em detrimento da qualidade, que valorizam o potencial dinâmico e expressivo de uma pessoa, mas excluem do seleto grupo aqueles que não representam nem agregam algo visível e aparente, que premiam com homenagem honrosas os que se destacam e estão em evidência, mas menosprezam os mais simples sem direito nem ao menos a um abraço.

AINDA sou evangélico, mas... mas não posso concordar e aceitar passivamente sem lutar e dar a cara pra bater contra todas as mutretas e atrocidades psicológicas que contribuem para a destruição de tudo que é vida e espiritualidade sadia, em nome de uma pseudo unidade.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

OS 5 ARREPENDIMENTOS MAIS COMUNS À BEIRA DA MORTE!
Por Revista Galileu
Editora Globo
A falta dos amigos é uma das reclamações mais comuns no leito de morte // Crédito: Shutterstock
Uma enfermeira australiana, chamada Bronnie Ware, trabalha com cuidados paliativos, tomando conta de pacientes em suas últimas semanas de vida. Inspirada pelas histórias que acompanhou, ela criou um blog em que registra suas conversas com quem estava em seu leito da morte.

O site fez tanto sucesso que virou um livro chamado The Top Five Regrets of the Dying (Os cinco maiores arrependimentos de quem está morrendo), sem previsão de lançamento em português. Nele, Bronnie compartilha suas experiências e conta quais são as queixas de quem chegou à beira da morte. Confira as mais comuns:

1. Queria ter aproveitado a vida do meu jeito e não da forma que os outros queriam
O arrependimento mais comum de todos. Segundo Bronnie, quando as pessoas percebem que sua vida chegou ao fim, fica mais fácil ver quantos sonhos elas deixaram para trás. “A saúde traz uma liberdade que poucos percebem que possuem, até que a perdem”.

2. Queria não ter trabalhado tanto
Bronnie conta que esse desejo era comum a todos os homens que ela atendeu. Eles falam sobre sentir falta de ver as crianças crescendo ou da companhia de sua esposa. Isso não quer dizer que as mulheres não apresentem a mesma queixa – mas como a maior parte das pacientes da enfermeira são de uma geração mais antiga, nem todas precisavam trabalhar para sustentar a família.

3. Queria ter falado mais sobre meus sentimentos
Para viver em paz com outras pessoas, muita gente acaba suprimindo seus próprios sentimentos. De acordo com a enfermeira, alguns de seus pacientes até desenvolveram doenças por carregar esse rancor e esse ressentimento e nunca falar sobre o assunto.

4. Não queria ter perdido contato com meus amigos
“Todos sentem falta dos amigos quando estão morrendo”, afirma Bronnie. Segundo ela, muitas pessoas não percebem que sentem saudades dos amigos até as semanas que precedem sua morte.

5. Queria ter me permitido ser feliz
De acordo com Bronnie, muitas pessoas só percebem no fim que a felicidade é, na verdade, uma questão de escolha. “O medo de mudar fez com que eles fingissem para os outros e para eles mesmos que eles estavam satisfeitos quando, no fundo, tudo o que eles queriam era rir e ter mais momentos alegres”, conclui.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

JESUS X IGREJA: TORNEI-ME CRISTÃO QUANDO SAÍ DA IGREJA



Por Maurício Zagari

Esta semana vi no twitter de alguém um link para a tabela que está aqui ao lado. Ela sintetiza um discurso que nos últimos anos se tornou moda entre grande parcela dos cristãos brasileiros: o grupo que passou a satanizar a igreja institucional. Segundo esse segmento, a igreja (com letra minúscula) é o grande mal do universo. Não mais as obras da carne, o pecado, o mundo, o diabo, nada disso. A maligna, satânica e perversa igreja organizada é o vilão da hora. O lema desse grupo poderia ser resumido a “tornei-me cristão quando saí da igreja”. Legiões têm abraçado esse discurso e passado adiante essa ideologia, em geral em redes de relacionamento, blogs e sites da internet. Analisei esse quadro e gostaria de tecer comentários a respeito (em breve abordarei em detalhes...).

Antes de mais nada, é importante dizer que amo Jesus. Fui chamado pela graça, resgatado sem merecer e justificado exclusivamente pelo sangue do Cordeiro, sem mérito ou obra que me valesse. Por isso, busco Jesus de Nazaré. Sou grato a Ele. Preciso dele a cada passo, contando com sua misericórdia para me perdoar diariamente de minha multidão de pecados. Sei que só em sua pessoa, na seiva que corre na videira verdadeira, posso obter a vida – e por isso mesmo meu interesse é encontrá-lo onde Ele estiver.

Ao mesmo tempo estou ciente dos absurdos que acontecem em muitas igrejas. Teologia da Prosperidade, igrejas onde se oprimem membros com usos e costumes humanos, congregações de fachada para o exercício de poder humano, legalismos vazios, cultos sem espiritualidade, politização e capitalização da fé… enfim, todos os descalabros que estamos acostumadíssimos a ver em diversos rincões por aí.

Por isso compreendo que, juntando-se o amor por Jesus à percepção desses absurdos no seio da chamada igreja evangélica, é natural que muitos decidam apedrejar o conceito de “igreja” para defender a causa de Cristo. Afinal, é a saída mais rápida e fácil. É a solução do médico que, para curar uma unha encravada, decide amputar a perna. Sim, isso é exatamente o que vem acontecendo: bons cristãos, ansiosos por uma vida profunda em Jesus, se revoltam contra o tanto de abuso e opressão que enxergam em determinadas igrejas e denominações que saem atacando o conceito – em vez de atacar os problemas.

O principal erro no discurso dos que demonizam a igreja institucional é o generalismo. A tabela acima estaria perfeita se viesse a se referir a determinadas congregações e denominações. Ela seria verídica se dissesse “igreja x” ou “igreja y”. Mas anatemizar o universo de todas as igrejas organizadas por causa dos maus exemplos é de uma irresponsabilidade, ignorância e superficialidade dignas de nota. Jesus é um, então Ele pode ser tomado como medida de comparação. Mas “igreja” (novamente: com minúsculas) é um substantivo comum que designa tantos modelos diferentes de reuniões de cristãos que construir uma comparação apenas a partir desse termo já é um equívoco em si. De qual igreja estamos falando? Neopentecostal? Tradicional? Presbiteriana? Batista? Católica romana? Ortodoxa? A dos puritanos? A dos morávios? A de John Wesley? A de Agostinho? A das catacumbas? A monástica? A de Tomás à Kempis? Luterana? Calvinista? Anglicana? Episcopal? Congregacional? Pentecostal? As comunidades alternativas dos desigrejados? A da minha esquina? A do leitor? Qual?

E não é só isso. Dentro desse universo de expressões institucionais que chamamos de “igreja”, há cristãos sérios e também falsos cristãos, simultaneamente. Peguemos uma igreja organizada qualquer. Dentro dela você encontrará pessoas espirituais e pessoas carnais, interesseiras ou devotadas, pastores canalhas e pastores piedosos, homens de Deus e joio do diabo. Então, dentro desse universo pluralista, cheio de nuances, cores e tons, criar uma tabela ou um discurso generalizando o conceito “igreja” é tentar embutir o oceano num copo d’água. Fazer isso é julgar inocentes, chamar de opressores muitos homens que pregam a liberdade e a piedade, acusar os que Jesus não acusa. Logo, é em sua essência bastante anticristão.

Lembremos sempre da pergunta de Abraão a Deus em Gênesis 18: “Exterminarás o justo com o ímpio?”. Ao que o Senhor responde que se houver dez justos ao menos em Sodoma Ele não destruirá a cidade.
Quem critica desse modo generalista e irresponsável a “igreja institucional”, a exemplo do autor da tabela acima, está usando o mesmo raciocínio de “homem não presta”. Isso geralmente é dito por alguma mulher que foi magoada por um, dois ou no máximo três homens. Mas há cerca de 3,5 bilhões de homens no mundo! Então afirmar que “homem não presta” é um generalismo brutal e bem injusto. Do mesmo modo, dizer que a “igreja” é isso tudo o que a tabela e que o discurso anti-igreja institucional dizem é no mínimo brutalizante.

Além disso, é de uma ignorância histórica patente. Lógico que a igreja errou muito ao longo de sua trajetória, com os exemplos clássicos da inquisição, omissão na Alemanha nazista, papado carnal, indulgências e outros desmandos mais. Ela é formada por homens, como alguém esperaria que ela não errasse? Errou do mesmo modo que errou a Igreja (com maiúscula) de Atos dos Apóstolos, que tinha em seu seio mentirosos e ladrões como Ananias e Safira, homens que se repreendiam na cara como Paulo e Pedro, discórdias como a de Paulo e Barnabé, entre muitas outras questões vistas nas epístolas e em Apocalipse (e não vejo ninguém demonizando a Igreja apostólica). Mas quem sataniza a igreja institucional ou ignora ou sofre de amnésia a respeito de tudo o que ela já fez e que ainda faz pelo Reino de Deus.

Pra começar, foi dentro de uma igreja institucional que Jesus me chamou à salvação. Só isso já me torna eternamente grato. E provavelmente você que me lê aqui também veio a conhecer Cristo numa igreja organizada. E possivelmente a maioria das pessoas que criticam a igreja! Esse tem sido ao longo de dois milênios o papel principal dessa igreja tão falha, tão pecadora e tão…humana. Humana assim como eu e você, que erramos todos os dias, pecamos sempre e ainda assim o Espírito Santo permanece habitando em nós e fazendo coisas boas por nosso intermédio – tesouro excelente em vasos de barro. Deus não nos fulmina por errarmos (senão eu, por exemplo, já seria cinza e pó há muito tempo), Ele nos chama ao arrependimento. Por que com a igreja organizada que comete deslizes seria diferente? Lembremos das palavras de Paulo em Rm 14.3: “Aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o aceitou”. Condenaremos quem Deus aceitou? Como podemos ter a arrogância de pressupor que Deus rejeitou a igreja institucional como um todo?

Com todos os seus erros, a igreja conduziu milhões ao conhecimento de Cristo ao longo dos séculos, perpetuou as Escrituras, levou a mensagem da salvação aos cativos, empreendeu ações missionárias extremamente relevantes e ajudou a levar educação, saúde e apoio humanitário a multidões. Exatamente como faz hoje. Disso os críticos generalistas da igreja organizada aparentemente não se lembram (ou será que nunca estudaram História da Igreja? Ou será que não leem notícias da igreja pelo mundo?).

Conheço muitas igrejas institucionais, denominacionais, onde homens e mulheres de Deus buscam o Senhor de modo verdadeiro. Conheço muitos pastores piedosos e obedientes à Palavra. Conheço muitas, mas muitas pessoas que foram resgatadas do pecado, das drogas, do crime, da corrupção, do espancamento, da opressão familiar, de crises existenciais, da depressão e, principalmente, do inferno, por Cristo por intermédio das chamadas igrejas institucionais. Não posso, por isso, demonizá-las, pois estaria chamando de demoníaco aquilo que Deus torna sagrado ao utilizar como canal de bênção.

No capítulo 12 do evangelho segundo Mateus, os fariseus acusaram Jesus de expulsar demônios pelo poder de Belzebu (“Mas quando os fariseus ouviram isso, disseram: “É somente por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa demônios” – Mt 12.24). Ou seja: demonizaram o próprio Cristo. Hoje o mesmo está sendo feito com a igreja como um todo por tais críticos. Além disso, incorrem aqueles que acusam o conceito generalizado de “igreja” de agir contra Jesus o perigo de estar dividindo aquilo que Deus quer unir. Curioso é notar que no versículo seguinte, Mt 12.25, o texto bíblico nos diz: “Jesus, conhecendo os seus pensamentos [dos fariseus], disse-lhes: ‘Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá”. Será que no afã de purificar a casa – cheios de boas intenções – os críticos da igreja institucional não estão dividindo a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo? Será que ao generalizar que TODA igreja organizada é um câncer o Corpo não está ferindo a si mesmo?

Tenhamos responsabilidade. Precisamos lutar sempre pela purificação daquilo que está errado dentro da Igreja. Mas dizer que isso se faz pela aniquilação da igreja institucional é miopia espiritual e histórica, além de falta de amor. Combatamos o pecado. Oremos contra os falsos mestres. Preguemos contra as heresias. Desmascaremos as doutrinas de demônios. Denunciemos os líderes abusadores. Mas não generalizemos ao irrefletidamente acusar um organismo que ainda abriga milhares que não se curvaram a Baal de ser algo do mal. Pôr Jesus em oposição à igreja (com minúscula) é contrapor o Salvador à Igreja (com maiúscula) – que está presente aos milhões dentro dessas instituições imperfeitas. É jogar o Noivo contra a noiva. O Pastor contra as ovelhas. E não acredito que Deus fique muito feliz com isso.

Paz a todos vocês que estão em Cristo!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A RELIGIÃO DO SIM
Por Meditações diárias

"Mas a vós, que me ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem, bendizei os que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam." - Lucas 6:27 e 28.
 É muito comum ouvirmos a seguinte declaração: "Eu não tenho religião, não frequento nenhuma igreja, mas eu acredito que Deus existe e eu não faço mal a ninguém. Não roubo, não mato, não prejudico a ninguém."
A questão é a seguinte: para agradar a Deus é suficiente simplesmente não roubar, não matar, não prejudicar a ninguém?

A religião dos judeus antigos era baseada no "não": Não faça isso, não faça aquilo, não coma isso, não vista isso, não fale isso, etc…
É certo que o cristão deve se abster de tudo o que é mal, mas a ênfase da religião ensinada por Cristo está no SIM e não no NÃO. Cristo enfatizou o que devemos fazer. Alguns podem achar que a religião do SIM apresentada por Cristo é mais fácil do que a antiga religião do NÃO e que aceitar a religião do SIM é uma tentativa liberal de facilitar as coisas e de eliminar a lei de Deus.
Isso não é verdade. Há muitos desafios na religião positiva ensinada por Cristo. Um deles está no verso de hoje. O mandamento do amor é o maior desafio do cristão. Deus não olha para o nosso conhecimento acadêmico ou para nossa capacidade de assimilar doutrinas e ensiná-las. Deus olha para nossa capacidade de amar. Um cristão "graduado" na faculdade de Cristo ama o próximo como a si mesmo. Um cristão "pós-graduado" na escola do Senhor é capaz de amar até mesmo o seu inimigo e orar por ele.

Hoje diga sim para a religião do SIM que Cristo ensinou e passe a orar pelos seus inimigos e amá-los. Afinal de contas "se amardes os que vos amam, que recompensa tereis? Até os pecadores amam os que os amam" (Lucas 6:32 a 34).

Oração: Pai, Tu conheces meu coração e sabes como eu gostaria de amar algumas pessoas, mas infelizmente não consigo. O discurso do amor é bonito, mas na prática não dá para perdoar certas atitudes de certas pessoas. Tenho dificuldades, Senhor. Ajuda-me! Quero amar meu próximo e também meu inimigo. Quero ser capaz de perdoar aquela pessoa que não me perdoou. Eu tenho que conseguir, Senhor. Faça um trabalho no meu coração, Pai. Enterneça-o, amoleça-o, para a tua honra e glória é que te peço em nome de Jesus. Amém.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

RELIGIÃO NÃO SALVA NINGUÉM. CARÁTER, ATITUDE E JESUS CRISTO SIM.
Por José Renato Bueno

Por onde passo, todos me pergunta a qual religião pertenço, e qual o motivo de estar escrevendo o Momento Cristão. Teoricamente eu não tenho religião, e não freqüento nenhuma denominação religiosa, quando quero entrar em comunhão com Ele, entro em meu quarto, no segredo e faço as minhas orações, ou uma simples conversa, como se fosse um amigo, um confidente.

Na minha vida e na vida da minha família, procuro dentro das minhas limitações e das minhas falhas espirituais seguir e por em prática o evangelho de Cristo e os mandamentos do Pai, e levar ao conhecimento dos meus filhos o caminho correto a ser seguido. É difícil? Muito! Pois o progresso é lento e cansativo, e exige decisão e renúncia, mas com fé, submissão, perseverança, conhecimento de Deus, e força de vontade, vou aprendendo a entender as suas leis, e enxergar o mundo como realmente ele é, e assim, procurando mudar o meu interior e renovar o meu caráter.

Escrever sobre a Palavra de Deus foi um meio que encontrei de estar em comunhão com todos e ter uma proximidade com Deus, de trabalhar em seu projeto, de divulgar a sua Palavra, a verdade, para que todos possam chegar ao conhecimento que existe um Deus único e verdadeiro, que pode atuar em nossas vidas, mas precisamos primeiro conhecê-lo, distinguir o que é certo e o que é errado, abrir a porta, o coração, para que Ele possa penetrar em cada área de nossa vida.

A palavra de Deus é um instrumento indispensável, ela é à base de tudo, portanto os ensinamentos Dele não podem se apartar em nenhuma ocasião de nossas vidas, sem conhecimento do que Deus quer de nós, nos tornamos ignorantes e conseqüentemente vulneráveis.

Muitos acham que freqüentar a religião uma vez por semana é o suficiente para conhecê-lo, e estar em proximidade com Ele, mas não é. Devemos sim é colocar em nossa vida Deus em primeiro lugar, 7 dias da semana, e aceitar e exercitar a sua palavra com o próximo, no dia-a-dia.

“AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO”: se observarmos essa lei, seremos cumpridor de todos os seus mandamentos. Então não é importante freqüentar uma religião? Claro que é importante, mas faça isso sem deixar aquilo. Deus quer uma casa de oração, mas sem mentiras e sem hipocrisia. Freqüente, aprende, busque conhecimento e procure colocar em prática, não seja hipócrita, Deus sabe tudo a nosso respeito, e tudo que fazemos as escondidas, tudo será revelado.

Vou dar-lhes um exemplo: Um indivíduo vai a igreja, assiste a celebração, canta no coral, paga o dízimo, ajuda na igreja e depois de ter feito tudo de bom, sai dali e comete adultério, ou qualquer outra transgressão contra o próximo. E o néscio, sem conhecimento acha que por ter ido a igreja, ajudado nas celebrações, acha que já fez a sua parte para com Deus, e uma ação compensa a outra.

Existem dez mandamentos, se você transgredir um apenas, é transgressor de toda a Lei. Não seja néscio e não tente fazer troca com Deus, Deus não aceita suborno. Nenhum de nós é perfeito, Então o que devemos fazer? Reconhecer onde estamos errando, se arrepender, voltarmos atrás, mudar de vida, renovar o nosso caráter, e começar tudo de novo, e procurar não errar mais, fazer do pecado uma exceção, e não uma regra em nossas vidas, só assim teremos progresso no conhecimento e no amor de Deus. 

A religião é boa, quando observamos a lei da igreja e as Leis de Deus. Tenha uma boa reflexão e até a próxima edição.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

EVANGELHO SIM, RELIGIÃO NÃO!
por Iveraldo Pereira

Uma das coisas que ouvimos sobre o Brasil é que ele é um país muito religioso, pois abriga muitas religiões. A cada dia um grupo religioso é fundado. Por que existem tantas religiões assim, não nos deixa confusos a busca por uma religião certa? Será que não temos religião suficiente?
Bem, meu desejo é responder esta pergunta da seguinte maneira?
“Prezado amigo, não ligo mais para religião, seja ela qual for, mas me interesso profundamente na divulgação do evangelho do Senhor Jesus Cristo, o Jesus de Nazaré, O Filho do Deus Vivo.

Há uma enorme diferença entre Religião e Evangelho.
Antes de mostrar a diferença eles, é preciso entender um pouco a forma de Deus ver as coisas e fazer as coisas. Deus trabalha nas diferenças, para Ele não existe nunca isso de “unisex”. Deus já afirmou em Sua palavra que “sempre veremos a diferença entre aquele que serve a Deus e o que não serve, e a diferença entre o justo e o injusto” – Malaquias 3.18.

Bem, diante deste fato, ainda que o mundo tente “misturar” as coisas, Deus não mistura, Ele sempre trabalha nas diferenças. Por isso, esta reflexão trata das diferenças entre a Religião e o Evangelho do Senhor Jesus Cristo. Vejamos:
1- A Religião é obra do homem; o Evangelho nos foi dado por Deus;

2- A Religião é o que o homem faz por Deus; o Evangelho é o que Deus fez pelo homem;
3- A Religião é o homem em busca de Deus; o Evangelho é Deus buscando o homem;

4- A Religião é o homem tentando subir na sua própria escada da justiça, na esperança de encontrar-se com Deus no último degrau; o Evangelho é Deus descendo a escada na encarnação do Verbo (Jesus) e encontrando -se conosco na nossa condição de pecadores;
5- A Religião tem bons pontos de vista; o Evangelho tem Boas Novas;

6- A Religião traz bons conselhos; o Evangelho traz uma gloriosa proclamação;
7- A Religião termina com uma reforma exterior; o Evangelho começa com uma renovação interior;

8- A Religião passa uma pintura de cal branca no túmulo de nossas vidas; o Evangelho purifica o interior;
9- A Religião é uma grande farsa; o Evangelho é sempre uma força e o poder de ‘Deus para a salvação de todo aquele que crê n’Ele – Romanos 1.16.
O fato é que há muitas religiões, mas um só Evangelho!”
Pense nisso!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

DIGA NÃO A RELIGIÃO E SIM A JESUS!
Por Janaína Pereira

Povo lindo tudo na paz? Hoje vim trazer um post que todos deveriam guardar no coração é dizer não a religião. A minha religião, não diz nada, é o que menos importa, o nosso alvo deve ser Jesus! Existe apenas um Deus, Ele é único o criador dos céus e da terra.